Recentemente, sem muito motivo, comecei uma maratona dos filmes do estúdio Ghibli e estou decidida a (re)assistir todos eles. Como dito, muitos eu já vi, mas há muito, muito tempo atrás. Não vão ser exatamente resenhas, os textos ficaram mais pra comentários soltos eu acho. Mas posso adiantar que tive umas boas surpresas ao vê-los novamente, agora que estou um pouco mais velha.
Até o final do ano acho que eu consigo postar sobre todos eles haha.
O primeiro filme é A Viagem de Chihiro. Eu havia assistido ele uma única vez, no cinema há muuuito tempo atrás (e foi com a Oni!). Isso já deve fazer uns 10 anos, por mais surreal que isso pareça, pelo menos para mim.
Na época eu havia gostado dele e tal, mas não tinha a sensibilidade que tenho atualmente para realmente entender como esse filme é bom. Sério, revendo ele tive a sensação de estar vendo algo totalmente inédito, apesar de me lembrar de algumas cenas aqui e ali. A Viagem de Chihiro não é exatamente um filme para crianças; ele traz questões interessantes para discussão para os mais velhos também: a crítica ao consumismo é o que me vêm à mente de imediato. Acho que todas as obras do estúdio Ghibli tratam de um ou outro assunto que pertencem sobretudo ao mundo adulto, recontextualizados na narrativa da animação, e é por isso que vendo eles agora eu tenho uma apreciação ainda maior por estes filmes.
A animação da nossa pequena protagonista foi uma das coisas que mais me chamaram a atenção, é só ver o modo como ela fica quando está emburrada. As criaturas e os ambientes são fantásticos, em todos os sentidos possíveis. Eu gosto muito de coisas estranhas, principalmente no que diz respeito a folclores, contos e coisas absurdas. A casa de banhos para espíritos e todo aquele mundo de bruxas e trens submersos são esquisitos mas fazem sentido. Apesar de ser um ambiente um tanto horripilante para a protagonista, eu fiquei é com vontade de visitar aquele lugar.
Como costumeiro nos trabalhos deste estúdio, o filme tem uma estrutura meio episódica, e novamente há um quê de ilustrar o “cotidiano” (por mais bizarro que ele seja) apesar de sempre haver um grande propósito condutor no final (salvar os pais de Chihiro e sair dali). E devo dizer que o Sem-Rosto é uma das minhas coisas preferidas do filme!
Interessante como eu usei as palavras “estranhas”, “absurdas”, “esquisitos”, “bizarro”. Elas estão aí em parte por nossa visão ocidental, claro. Depois de assistir uma vez a dez anos atrás, eu vi ele duas vezes em dois dias. Sim… isso é um recomendação.